terça-feira, agosto 29, 2006

Honrar as lágrimas

Se a indagação de um outro rumo é um erro quando falamos de história como ciência, quando falamos de nós serve para por pesos e é, sem dúvida, necessário.

E não falo hoje de arrependimentos e nem estou melancólico.

Porém falo de que minha vida não existiria se o meu avô não tivesse morrido. Estranho, não? Bem, para justificar tenho de contextualizar seja lá quem for que gaste seu tempo ao ler, ou ao menos para que, mesmo que ninguém leia, possa eu me sentir satisfeito com um texto coerente.

Minha mãe me teve com 18 o que significa que fui concebido quando ela tinha 17 (nasci e Junho, ela em Maio). Segundo análise pessoal e algumas informações suponho que eu tenha sido concebido na casa de minha avó, pois minha avó trabalhava em 3 empregos e meu avô, como já disse, havia morrido. Na casa de meus avós paternos (aliás, entenda que todos os avós e avôs citados até então eram os maternos) minha avó sempre estava, o que muito dificultaria que houvessem relações entre meus pais.

Bem, caso você ainda não tenha entendido minha teoria, explicarei-a: Fui concebido na casa de minha avó materna e isso não teria acontecido caso meu avô materno não tivesse morrido, pois minha avó provavelmente não trabalharia tanto, não deixando nunca a casa vazia.

E agora, o que pretendo nessa história toda inferir?

Não, não me culpo nem me sinto culpado pela morte de meu avô. Entendo que eu sou resultado de uma experiência que trouxe muita dor e cansaço, que cerceou muito os horizontes de meus pais e, de certa forma, até de minha avó. Mas não tenho culpa disto. Seria tal como desprezar os esforços e as dores, o suor e as lágrimas até aqui derramadas.

Seria matar em vão o meu avô.

Obrigado avô, pois por você nasci 2 vezes. Espero apenas valer 1 dessas.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Nhá.. =)

11:44 PM  

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