quarta-feira, outubro 18, 2006

Quanto à especificidade.

Falar sobre um homem natural é um contra-senso. O homem é artificial e não possível é extrair um homem natural exceto por sua fisiologia em coma, ainda, sim, passível de questionamentos.

Isto posto, gostaria de curtamente criticar a nossa sociedade, sob a perspectiva de ela ser contra a natureza do homem.

Não, não é o sono que me fez negar-me antes mesmo de começar (nem qualquer substância que induza estado alterado de espírito) mas sim o hábito de precaver-me da descontrução de meus argumentos antes que estes possam ser postos.

Bem, voltando ao homem natural. Ele não existe. Citando porcamente o que foi-me dito em uma matéria do semestre passado, a evolução tende a libertar-se da matéria. Com isso se afirma que quão mais evoluido é o sistema, menos limitado e mais versátil é ele. Assim nossa mão, que pode fazer diversos movimentos e ocupar diversas funções é como se rompesse o limite da própria materialidade. Até aqui só utilizei-me do dito. Bem, creio que outro exemplo disso é o próprio homem. Ele é tão versátil que perde em sua materialidade uma naturalidade. Citando outro professor, a natureza do homem é não ter natureza.

Onde quero chegar com tudo isso? Quero afirmar que o homem não tem natureza, embora tenha biologia e é dele apenas a flexibilidade e a não especialização de funções. Esta, embora parodoxalmente posta, é a natureza humana.

Aceitando esta minha definição posso criticar a sociedade a partir do homem natural.

Nas primeiras sociedades, embora seus comportamentos fossem distintos, podemos observar que a divisão de trabalho era razoavelmente simples se pensarmos em nossa sociedade. Parece óbvio, mas isto tem implicações, ao meu ver, não tão óbvias. O viver humano era caracterizado por uma vasta gama de comportamentos e deveres, uma vez que o trabalho era dividido de forma menos dilacerada. O progresso trouxe um aprofundamento da divisão do trabalho que possibilitou a sociedade crescer como nunca antes.
Infelizmente, toda a racionalidade empregada no desenvolvimento só é justa com algo racional como a sociedade. Nós, pobres humanos, agora não temos mais uma vida nossa, mas sim cada vez mais somos alienados de nossas proprias vidas e dirigindo-nos a um único e específico propósito, seja ele qual for, e exercendo cada vez mais uma função específica, seja ela qual for, o que nos aliena cada vez mais do mundo e de nossa própria humanidade.

Haviam outras idéias a serem postas, mas não há lugar para elas neste texto.
Fica para o próximo.

1 Comments:

Blogger Matheus Stefan said...

é... sei lá, não há mto o que acrescentar... deixamos de ser homens nesse mundo de habilidades e titulos...

bem... saudades de ti...

passe no meu blog tbm...

Bjos e Boa Sorte...

8:19 PM  

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