quarta-feira, agosto 30, 2006

Construto inato

Eu odeio.

Nada me parece tão natural quanto o ódio que sinto. Sei que ele foi uma construção, de evento pós evento com o correr dos anos. Sei que desejava aquele poder que meu pai, meu avô, meu tio e muitas pessoas tinham. Algo que ficava torporoso até a hora propícia. Bem, creio que em me tornar o monstro que almeijava não muito me falta hoje.

A hora é agora.

A hora é sempre. Vivo a beira do ódio e do tranbordamento de minha cólera. Ela flui por erros banais, por uma rivalidade besta ou por desaforos infantis. Eu me tornei a cólera e todo o resto me parece apenas uma mera persona que oculta o eu.

Maldito seja aquele desconhecido que provocou minha fúria. À ele já desejei o que não hei de escrever.

Para quem me lê, boa sorte.

terça-feira, agosto 29, 2006

Honrar as lágrimas

Se a indagação de um outro rumo é um erro quando falamos de história como ciência, quando falamos de nós serve para por pesos e é, sem dúvida, necessário.

E não falo hoje de arrependimentos e nem estou melancólico.

Porém falo de que minha vida não existiria se o meu avô não tivesse morrido. Estranho, não? Bem, para justificar tenho de contextualizar seja lá quem for que gaste seu tempo ao ler, ou ao menos para que, mesmo que ninguém leia, possa eu me sentir satisfeito com um texto coerente.

Minha mãe me teve com 18 o que significa que fui concebido quando ela tinha 17 (nasci e Junho, ela em Maio). Segundo análise pessoal e algumas informações suponho que eu tenha sido concebido na casa de minha avó, pois minha avó trabalhava em 3 empregos e meu avô, como já disse, havia morrido. Na casa de meus avós paternos (aliás, entenda que todos os avós e avôs citados até então eram os maternos) minha avó sempre estava, o que muito dificultaria que houvessem relações entre meus pais.

Bem, caso você ainda não tenha entendido minha teoria, explicarei-a: Fui concebido na casa de minha avó materna e isso não teria acontecido caso meu avô materno não tivesse morrido, pois minha avó provavelmente não trabalharia tanto, não deixando nunca a casa vazia.

E agora, o que pretendo nessa história toda inferir?

Não, não me culpo nem me sinto culpado pela morte de meu avô. Entendo que eu sou resultado de uma experiência que trouxe muita dor e cansaço, que cerceou muito os horizontes de meus pais e, de certa forma, até de minha avó. Mas não tenho culpa disto. Seria tal como desprezar os esforços e as dores, o suor e as lágrimas até aqui derramadas.

Seria matar em vão o meu avô.

Obrigado avô, pois por você nasci 2 vezes. Espero apenas valer 1 dessas.

sexta-feira, agosto 25, 2006

Aberto à sugestões

Para variar, se respeito o horário e a distribuição cronológica dos posts, mudo o tom.

A verdade é que a melancolia já me cansava desde o último pois já a gastei: Nem que por um breve momento hei de gastar os outros eus até que a melancolia volte a ser o eu do qual fujo.

Hoje amaldiçoei Skinner. Neste ato pequeno tive um insight. Bem, não descobri nada, mas apenas vi (aliás, melhor utilização de insight que o normal) algo que já sabia por outro ângulo:
Skinner merece respeito por ter sido, ao menos, devotado e corajoso ao negar tudo o que se achava sobre psicologia para afirmar sua teoria. Bem, isso eu já sabia mas, o que eu vi, foi que se ele não fosse tão cabeça dura, não existiria o hehaviorismo moderno. O importante desta alegação não é seu conteúdo, mas no que isso toca a concepção de ciência, sobretudo humana. Ela é fruto não da observação da natureza bem como de uma filosofia na qual se embasa, mas é também ela um fruto das causualidades do mundo... Será que a maior teoria da psicologia, que nunca será publicada e mudaria o mundo foi assassinada cruelmente por uma torta holandesa estragada? Será que a resolução dos problemas existencialistas poderiam ter sido solvidos por um dos muitos abortados por uma mãe jovem e inconseqüênte?

Sinceramente, acho que não. Mas poderia ser bem diferente...
O que me irrita é a obsessão em fazer ciência acima do porque fazer, sem falar no fazer para justificar, em vez de fazer questionando e, por fim, não fazer ciência e proteger-se sob seu nome.

Tem muita gente pra ser doutor e pouca coisa que realmente importe...

Não, mas que tem gente q pesquisa para ser doutor, e não o contrário...

Ah, foda-se, eu nem li os meus textos...

quarta-feira, agosto 23, 2006

Batendo cartão

Faço agora hábito do que deveria ser espontâneo... Aliás, adjetivo este raro para ser usado em relação a mim...

Ouço uma música que já mencionei na primeira carta para tentar entrar num estado de escrever.

Não fui na faculdade. Não quis. Só que nada ganhei. Se não sofro do que é comum e óbvio, das intrusões do meio no eu, sofro com o eu que se sente pouco. O mundo pede-me algo que não tenho: Vontade.

segunda-feira, agosto 21, 2006

Justificativas

A primeira se contradisse acabando. Bem, acabou por razões alheias à mim. Não nasce esta porém por morte da prévia, mas pela falta de alguém... E não de alguém para amar, mas alguém para ser.

De outros minha vida está cheia, e, de mim, está vazia... Compartilho com quem entende o vazio, mais do que poderei eu algum dia. Olá.